Texto e fotos:
Rodrigo Knack/Editor
Uma das cidade históricas mais legais do Paraná comemora 292 anos de fundação. Morretes, entre a Serra do Mar e o litoral, é um destino que desponta cada vez mais no cenário turístico, tanto no Brasil quanto no exterior.
Cercada de história, em meio a paisagens exuberantes e repleta de sabores hoje reconhecidos como Indicação Geográfica, Morretes nasceu a partir da descoberta de jazidas de outro no século XVI, com a chegada de mineradores e desbravadores vindos de São Paulo.
O povoado, antes pertencente a Paranaguá, nasceu no ano de 1721, mas a oficialização como fundação se deu em 31 de outubro de 1733, quando foram feitas as medições da área de 300 "braças" para a instalação do povoado, a partir de determinação do ouvidor Rafael Pires Pardinho à Câmara Municipal de Paranaguá.
Ponto estratégico entre Curitiba e Paranaguá, Morretes teve papel como rota de comércio nos ciclos do Ouro (1665 a 1735) e da erva-mate (1820 a 1880) no Paraná.
Um deles, o barreado, traz heranças históricas e sabores marcantes. Carne bovina cozida com diversos temperos durante 24 horas em uma panela de barro selada "barreada" com uma pasta de farinha de mandioca. O cozimento cria um sabor delicioso e desfia a carne, que é preparada em um prato fundo com farinha de mandioca e banana como acompanhamento.
O Caminho da Graciosa, hoje uma maravilhosa rota cênica, era a ligação por onde passaram muitas riquezas e histórias. E o nome Morretes surgiu por conta da cidade ser cercada por morros de pequena elevação, apesar da região ser próxima a cumes imponentes da Serra do Mar, entre eles o Marumbi e o Olimpo (com 1539 metros de altitude), locais hoje muito procurados para trilhas e escaladas. Inclusive, Morretes é reconhecida como o "Berço Nacional do Montanhismo".
Em meio a muitos rios, Morretes encanta também por recantos que convidam a relaxar e entrar em contato com a natureza. Há vários pontos em que é possível se banhar nas águas geladas, descer corredeiras em "bóia-cross", locais para remar em caiaques e até gôndolas para passear pelo Rio Nhundiaquara, em um estilo a la Veneza, mas com charme e paisagens exclusivamente morreteanas.
Pelas ruas do Centro Histórico, um convite a caminhadas, em meio a casarios bem preservados, artes e restaurantes. Na gastronomia, inclusive, marcam duas receitas que receberam o Selo de Indicação Geográfica, que atesta qualidade e identifica produtos ou serviços como originários de um local específico, ligando-os às características e reputação de sua área de origem.
Um deles, o barreado, traz heranças históricas e sabores marcantes. Carne bovina cozida com diversos temperos durante 24 horas em uma panela de barro selada "barreada" com uma pasta de farinha de mandioca. O cozimento cria um sabor delicioso e desfia a carne, que é preparada em um prato fundo com farinha de mandioca e banana como acompanhamento.
Contam as tradições e o desafio de conferir se o prato está "no ponto" é misturar a carne, o caldo e a farinha até chegar ao ponto em que, virando o prato sobre a cabeça, o barreado não cai. Alguns restaurantes mostram na prática essa tradição, virando os pratos sobre as cabeças dos clientes, garantindo bons sustos...
Outro produto de Morretes que ganhou destaque mundo afora é a cachaça. Alambiques premiados reproduzem receitas dos tempos dos tropeiros com padrão em nível internacional. Cerveja artesanal também leva pontos turísticos aos rótulos. E não para por aí: farinha de mandioca, pimentas, doces e a irresistível bala de banana são apenas algumas das relíquias do sabor que é possível encontrar em Morretes.
Nestes 292 anos, este recanto do Paraná tem muito a comemorar e, claro, preservar. Morretes encanta em cada canto e convida sempre a uma nova descoberta, seja em seus casarios, seja nos rios, trilhas, trilhos e picos. Aqui só destacamos alguns poucos pontos que fazem de Morretes um atrativo, sabe por quê? É para voltarmos muito mais vezes!


